top of page

Textos

Bem Estar
 

Uma palavra composta, bem-estar, tornou-se muito importante na contemporaneidade. O homem atual anda se sentindo tão estressado que busca incessantemente sentir-se bem. Porém, o que se entende por isso? Sentir-se dessa forma não é igual a todas as pessoas. Para uns, o bem-estar vêm de adquirir objetos; para outros, talvez estar com os amigos; ou mesmo, participar de alguma atividade, como receber uma massagem relaxante, ler um bom livro etc.

 

Serão essas coisas o bem-estar que o Yoga fala? Na verdade, o Yoga fala de algo mais profundo, interno, que mira a proximidade de se sentir bem consigo mesmo, sem prescindir de um fator externo; de se sentir centrado, estar aberto ao que ocorre ao redor, mas ao largo da influência que os abalos desses acontecimentos poderiam nos causar. Estar atento a tudo sem se perder, sabendo agir quando necessário e descansar quando a ação acabar.

 

Essa nova maneira de agir no mundo vai se construindo pouco a pouco, desde o nosso primeiro dia de prática. Esse novo olhar vai se sedimentando, e mesmo quando tivermos uma recaída de velhos hábitos – o que vai acontecer muitas vezes ainda -, mais rápido será o nosso retorno ao equilíbrio interno.

 

Como adquirir esse bem-estar? Pratique Yoga!

A Importância de ser Professor de Yoga
 

“Os amados Vedas e Tantras que a tradição nos legou, bem como os Mantrase as Práticas, tornam-se frutíferos se nos são comunicados pelo Guru, e não de outro modo”.

Kurlanava-Tantra, cap. 10

 

Dentro do Tantra e do próprio Yoga algo é de extrema importância, a pessoa daquele que nos transmite o conhecimento, o Guru. Ao contrário do Ocidente, na Índia, o Mestre, Guru, professor, é visto como um veículo da sabedoria, aquele que já atingiu um certo grau de conhecimento que o permite transmitir, de forma correta e rigorosa o saber adquirido através da leitura dos textos e, principalmente, a vivência desse mesmo saber, que introjetado, assimilado e vivido dia-a-dia, torna-o capaz de acender a luz do Conhecimento no interior do discípulo.

 

Grande importância ser professor…! Grande responsabilidade ser professor…!

 

O professor de qualquer linha de Yoga traz dentro de si a grande responsabilidade de ser um espelho polido onde deve estar refletida a Sabedoria Ancestral do Yoga para que o aluno possa não somente aprender as técnicas e usá-las, mas saber que as técnicas não devem ser realizadas de modo mecânico ao som de música suave e do odor do incenso. O professor deve ser o meio de sensibilização do aluno para o caráter supra-corporal do Yoga. Só assim o estudante poderá ver que sua prática não deve somente ser corporalmente perfeita. A prática deve ser perfeita em relação ao objetivo mais sublime do Yoga, o autoconhecimento, o olhar a si mesmo e ver que não somos apenas um corpo que sofre e fica doente, não somos somente uma mente que não pára de falar consigo mesma, que não somos aquele ser estressado do cotidiano que mete os pés pelas mãos  a cada momento que precisa se comunicar com o próximo… Somos algo além disso. Além, mas não distante. Somos aquilo que procuramos a todo momento em nossas vidas, pois que já somos Felicidade, Harmonia e Bem-aventurança.

Mesmo não tendo atingido a liberação, o samadhi, o professor de Yoga tem essa missão. E como professores não podemos nunca parar de percorrer o caminho do autoconhecimento.

 

Atingir a meta é o nosso objetivo, passar esse ensinamento divino é nossa profissão.

 

Gloria Chauvet

O Yoga que praticamos

De vez em quando, aparecem em nossas práticas alunos de outras linhas de Yoga. É bonito ver como eles se saem bem nas técnicas,embora precisemos, vez por outra, consertar uma postura ou esclarecer que certos pranayamas são realizados de tal modo e não de outro... Coisas que, de um modo geral, são de fácil explicação e entendimento. Mas chega um dia em que vem aquela pergunta já tão esperada pelo professor de Dakshina Tantra Yoga: Quando vou fazer aquela posição invertida sobre a cabeça? Eu fazia com facilidade na outra academia...”.

 

Esse é um fato bem conhecido por nós professores tântricos. E a resposta está justamente na diferença de como a prática é entendida pelo nosso sistema de conhecimento e pelo sistema de conhecimento do Yoga.

 

São escolas diferentes, com diferentes livros (no caso do Dakshina Tantra, alguns nem ao menos foram escritos até hoje, sendo o conhecimento passado ainda de mestre a discípulo) e, principalmente, com uma diferente visão sobre o que é o centro de interesse: o homem.

 

Para o Tantra, o homem é visto como algo mais que uma união de mente e corpo. Ele é um sistema energético no qual a dinâmica dessa energia vai se mostrar como um tipo de personalidade e um tipo de corpo. O físico, o psicológico e o energético são faces de uma mesma moeda. E mais, já que cada face reflete as outras duas faces. É através da leitura dessas várias faces que o professor de Dakshina Tantra Yoga compõe a série que cada praticante irá realizar. Ele aprende durante anos e anos a ler na movimentação de seus alunos em sala, nas conversas, nas entrevistas que vez por outra faz com o aluno, na postura corporal, no modo de agir, nas catarses, nos sorrisos e nas tristezas do aluno, qual o caminho que a energia da pessoa está fazendo, quais os bloqueios e quais os pontos fortes daquela personalidade, e os aspectos físicos relacionados a esses que necessitam de atenção.

 

O que cada pessoa necessita... é isso que buscamos oferecer aos praticantes que vêm a nós.

 

Porém, mesmo sendo este o nosso objetivo, nem sempre ele está de acordo com o que a pessoa procura. Quase sempre, principalmente no início de nosso caminho no tantrismo, buscamos do lado de fora o que já temos em nosso interior. Ou buscamos uma coisa diversa do que necessitamos, porque nem sempre conseguimos reconhecer o que somos e precisamos. Então buscamos ásanas difíceis e por vezes mirabolantes.

 

Buscamos a força e a vitalidade na forma de um esforço intenso e na brusquidão nos movimentos. Forçamos nossa respiração ao máximo em retenções que podem até mesmo prejudicar nosso sistema respiratório. Forçamo-nos a ficar quietos e aparentemente relaxados em posições que o nosso corpo, naquele momento, não consegue ainda reproduzir.

 

Nosso Yoga não é o do esforço cego e inconsequente. Não pretendemos competir em campeonato algum, a não ser que seja o de caminhar até o que somos em profundidade; embora nesse caso nossos adversários não sejam outras pessoas, mas os nossos próprios bloqueios. Nosso Yoga procura levar cada um de nós ao seu ponto ótimo. Nosso Yoga vai ao encontro da nossa própria essência, ao Absoluto que somos.

 

Não descartamos as belas, quase antigravitacionais e acrobáticas posições que vemos nas fotos das revistas. Aliás, não descartamos técnica alguma, as praticamos com a sabedoria de milênios que o tantrismo nos transmitiu.

Quando precisamos delas e não antes. As praticamos dentro de nossa necessidade, de nosso bem-estar, no caminho do autoconhecimento.

 

Gloria Chauvet

Comece ainda hoje a Praticar!
bottom of page